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Carol Daemon: Compra a Granel / NeoGranel

Vale muito a pena ler o artigo abaixo, retirado do blog da Carol Daemon (http://caroldaemon.blogspot.com.br/), Supervisora certificada em Segurança, Meio Ambiente e Saúde de plataformas de petróleo.

É um pouco extenso, mas muito interessante em cada palavra!

“Sinceramente, não sei se o cálculo desse exemplo abaixo está correto, mas outro dia, entrei num supermercado para comprar orégano e adquiri uma embalagem (saquinho) do produto, contendo 3g, ao preço de R$1,99. Normalmente esse tipo de produto é vendido nos supermercados em embalagens que variam de 3g a 10 g. Cheguei em casa e resolvi fazer os cáculos e constatei que estava pagando proporcionalmente, R$663,33 pelo kg do produto. Será que uma especiaria vale tudo isso???

Agora, com mais estes exemplos (abaixo) de produtos vendidos em pequenas porções, fico com a sensação que as indústrias utilizam-se “espertamente” desse procedimento para desorientar o consumidor, que perde totalmente a percepção real do valor que está pagando pelos produtos.

TODOS os fabricantes e comerciantes deveriam ser obrigados por lei (mais uma?!) a estamparem em locais visíveis, os valores em kg, em metro, em litro etc. de todas e quaisquer mercadorias com embalagens inferiores aos seus padrões de referências.
Entendo que o consumidor tem o sagrado direito de ter a percepção correta e transparente do valor cobrado pelos fabricantes e comerciantes em seus produtos.

VEJAM O ABSURDO:

Você sabe o que custa quase R$13.575,00 o litro?
Resposta: TINTA DE IMPRESSORA!

VOCÊ JÁ TINHA FEITO O CÁLCULO?

Veja o que estão fazendo conosco!
Já nos acostumamos aos roubos e furtos, e ninguém reclama mais.
Há pouco tempo as impressoras eram caras e barulhentas. Com as impressoras a jatos de tinta, as impressoras matriciais domésticas foram descartadas, pois todos foram seduzidos pela qualidade, velocidade e facilidade das novas impressoras.

Aí, veio a “Grande Sacada” dos fabricantes:
oferecer impressoras cada vez mais e mais baratas, e cartuchos cada vez mais e mais caros. Nos casos dos modelos mais baratos, o conjunto de cartuchos pode custar mais do que a própria impressora.
Olhe só o cúmulo: pode acontecer de compensar mais trocar a impressora do que fazer a reposição de cartuchos.

VEJA ESTE EXEMPLO:

Uma HP DJ3845 é vendida, nas principais lojas, por aproximadamente R$170,00. A reposição dos dois cartuchos (10 ml o preto e 8 ml o colorido), fica em torno de R$ 130,00.
Daí, você vende a sua impressora semi-nova, sem os cartuchos, por uns R$90,00 (para vender rápido).
Junta mais R$80,00, e compra uma nova impressora e com cartuchos originais de fábrica.
Os fabricantes fingem que nem é com eles; dizem que é caro por ser “tecnologia de ponta”.
Para piorar, de uns tempos para cá passaram a DIMINUIR a quantidade de tinta (mantendo o preço).Um cartucho HP, com míseros 10 ml de tinta, custa R$55,99. Isso dá R$5,59 por mililitro.
Só para comparação, a Champagne Veuve Clicquot City Travelle custa, por mililitro, R$1,29.
Só acrescentando: as impressoras HP 1410, HP J3680 e HP3920, que usam os cartuchos HP 21 e 22, estão vindo somente com 5 ml de tinta!
A Lexmark vende um cartucho para a linha de impressoras X, o cartucho 26, com 5,5 ml de tinta colorida, por R$75,00. Fazendo as contas: 1.000 ml / 5.5 ml = 181 cartuchos R$75,00 = R$13.575,00.

Veja só: R$13.575,00 por um litro de tinta colorida. Com este valor, podemos comprar, aproximadamente:

  • 300 gr de OURO;
  •  3 TVs de Plasma de 42 pol.
  • 1 UNO 2003;
  • 45 impressoras que utilizam este cartucho;
  •  4 notebooks;
  • 8 Micros Intel com 256 MB.”

Não vou tratar de cartuchos, tampouco de informática, mas de valores por montante.
Em bate-papo anterior com Ti, no post de Castanha do Pará, conversamos sobre as (boas) compras a granel e o exemplo do orégano foi justamente o que veio à tona.

É justo 1kg de orégano ser mais caro do que 1kg de carne (ou shiitake)? Pior, 1kg de orégano (que só serve para dar sabor, não alimenta nada) ter um valor de mercado acima do salário mínimo?
Você é obrigado a levar 10 embalagens porque precisa de 100gr e só vendem saquinhos de 10gr?

Claro que não para todas as perguntas, até porque orégano nem é uma especiaria como reclamou com muita propriedade o rapaz do email aí acima, mas uma erva aromática que dá em qualquer vasinho.

Na minha casa, as compras são feitas basicamente em 2 lugares: feira de orgânicos e empório a granel. No supermercado, o número de atravessadores é tão grande, que o custo final embutido torna as mercadorias muito mais caras. E quem paga essa diferença, somos nós, o consumidor final.
Alguns ítens não têm escapatória, como produto de limpeza, por exemplo.
Entretanto, se você puder deixar para comprar seus legumes, verduras e frutas orgânicos direto do produtor na feira local, você só tem a ganhar.
O produtor trabalha com mercadoria mais fresca, não embalada, é responsável pelo próprio frete, o que reduz o custo, e pode te oferecer uma infinidade de produtos dispensados pelas grandes redes varejistas por não serem considerados comercialmente vantajosos.

Quer um exemplo?

Na Feira do Russel, insistentemente divulgada aqui, você encontra com a mesma facilidade da alface, produtos incomuns como: azedinha, escarola, carvalho roxo, capim limão, beldroega, radichio, aneto, chicória frisée, cará do norte, taioba, flores de capuchinha, fruta pão… Além dos tradicionais, como agrião, rúcula, espinafre, couve, banana, laranja, goiaba, manga, mamão, limão galego, queijos, ovos e até frango caipira, vinho, cachaça…
E tudo orgânico, certificado e mais barato do que no hipermercado.

Entretanto, não dá para viver de folha e acompanhamentos de luxo, então a saída é partir para o mercado cerealista, empório árabe, mercearia a granel, armazém de secos e molhados… ou qualquer outro nome que se dê àquele lugar tão simpático cheio de barris de azeitona pelo chão, onde a ameixa seca é vendida à quilo num vidrão do balcão e tem de tudo um pouco.

Como eu moro no RJ, o mais tradicional na zona urbana é o empório árabe Casa Pedro, que tem absolutamente de tudo que não seja perecível (até manteiga de garrafa, azeite extra-virgem e rapadura) e vive entupido de gente, é claro. A Cadeg e a Ceasa, além de mais afastadas, têm foco de revenda tradicional e são mais voltadas à flores e arranjos, no caso da Cadeg, e ao horti-fruti convencional, no caso da Ceasa. Bom programa de final de semana, ir almoçar na Cadeg, dizem ter até roda de samba. Outro empório a granel muito simpático no RJ é o simpático Xodó de Minas, com perfil de produtos típicos brasileiros.

Em Copacabana, além do Xodó e da Casa Pedro, também há a Herborista, na Rua Barata Ribeiro 407, vendendo a granel e com muita variedade de produtos naturais, incluindo cosméticos biodegradáveis e não-testados em animais.

No bairro do Flamengo, há 2 lojas de produtos naturais que vendem grãos a granel e orgânicos, da Biorga, Demeter e da biodinâmica Wolkmann: Natuflora na Rua Senador Vergueiro, 93 e o Mercadinho Grão Integral da Galeria , onde se vende à granel e orgânico de tudo, na Rua das Laranjeiras, 43.
No Catete, existe uma lojinha completíssima O Nosso Armazen, indicação de uma leitora atenta.

A própria Feira de São Cristóvão é um programa, além de ser a maior referência em artigos nordestinos fora do Nordeste. Tudo que você possa imaginar, em quantidade e a preços locais.

E a Cadeg, em Benfica, foi recentemente promovida à Mercado Municipal Carioca, vale muito a pena passar pelo menos um dia lá.

Mesmo quem more em cidades de interior, também pode ter essa facilidade nos mercados cerealistas, onde os grãos são vendidos a granel e muitas vezes para os produtores rurais. Da mesma forma que se vende farelo de trigo para o gado, você pode encontrar arroz integral, aveia, painço, cevadinha, feijões, ervilhas, tapioca, frutas secas, castanhas (principalmente as brasileiras, como de caju, do Pará e amendoim), coco ralado seco, azeitonas, tremoços, etc.
Em SP, na Capital, há o imperdível Mercado Municipal, com mais de um empório disponível. Em Salvador, há o ótimo Mercado Modelo, cenário de tantas histórias de Jorge Amado. Em Belém, o Ver-o-peso, como o próprio nome diz, vende-se à quilo há quase 400 anos.

Uma maneira muito inteligente de conhecer um povo, é visitar seu mercado central, observar que o mineiro depois do trabalho “pára” para uma “branquinha”, o paraense come peixe (de rio) frito com açaí logo pela manhã, já o paulistano seleciona seus embutidos e pães com o mesmo fornecedor há anos. Em Salvador vende-se muito camarão seco para os acarajés, enquanto em Belém há centenas de barriquinhas de água de cheiro, inclusive para usos mágicos. A cultura de um povo está toda resumida ali.

Algumas casas de artigos orientais também vendem seus produtos típicos a granel, a Liberdade é uma referência indiscutível, mas em outras cidades com colônia oriental expressiva também é possível encontrar. Aqui no RJ, as mais conhecidas são a Casa Vitana e as mercearias Fuji e Mei-Jo, onde comprei a rapadura japonesa que adoçou o sorvete de morango, ambas em Laranjeiras (R. Laranjeiras 280) e no Flamengo (Mq Abrantes 219).

No post sobre canela da China, há uma foto dos 2 tipos de canela à venda no empório e a diferença de cor e sabor entre as mesmas. Quando falado acerca do arroz integral cateto vermelho, o empório também aparece oferecendo quase uma dúzia de variações de arroz.
O grão de bico e a pimenta biquinho da salada de grão de bico com azeitonas e pimenta biquinho postada há quase 1 ano, foram ambos igualmente comprados no empório, assim como o trigo em grão da salada de trigo em grão com palmito de açaí e pimenta biquinho.

As favas olho de cabra do caldo à moda portuguesa, não foram apenas comprados à granel, mas também são orgânicos.
Chás são outra facilidade, todos os tipos, secos e à quilo. No tópico de chás gelados, você pode ver como 1kg de erva mate a granel custa o mesmo que 1 caixinha de 200gr do supermercado, com a vantagem adicional de vir com metade da embalagem do chá seco industrializado, vendido em saquinhos individuais.

Claro que nas principais capitais, a oferta de produtos tende a ser mais variada e é muito mais fácil encontrar ítens sofisticados como shiitake, tomate seco e açafrão. Mas na zona rural, ou mesmo em cidades periféricas, a vantagem é o preço mais baixo para os ítens de subsistência. Em todo caso, a compra a granel sempre vale a pena, para o seu bolso e para o aterro sanitário mais próximo.”

Disponível em: http://caroldaemon.blogspot.com.br/2010/03/compras-granel.html

Se quiser tirar alguma dúvida, entre em contato aqui

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